“…. Você é a espera na janela…. A esperança que arde em calor, você é a tradução do que é o amor….”
- Camila Monteiro
- 21 de out. de 2021
- 2 min de leitura

Uma leitura que emociona e dá uma bela “sacudida”, fazendo a gente ver a Deficiência Mental de forma impactante, polêmica, ácida e dramática através das percepções e pensamentos de um pai…. “O Filho Eterno”, de Cristóvão Tezza, é um livro que mostra a complexidade da paternidade, e o quanto é tênue a linha entre a aceitação e a recusa. O livro fala sobre a vida de Roberto, um escritor promissor, com quase 30 anos, casado com Cláudia, com quem vive o momento mais aguardado e especial de sua vida: a chegada de Fabrício, seu primeiro filho.
Cheio de expectativas e sonhos, ele planeja e prepara os detalhes pra exercer a paternidade. Porém, quando Fabrício nasce, Roberto recebe a inesperada notícia de que o bebê é portador de Síndrome de Down, a trissomia do cromossomo 21, uma condição genética causada pela presença de 1 cromossomo 21 a mais nas células do indivíduo. Ao ouvir este diagnóstico e suas respectivas consequências, Roberto vê seu mundo desabar, um pouco devido à tristeza, mas muito e, principalmente, à vergonha e à decepção de ter um filho “sem conserto”, nas suas próprias palavras.
Comprometimento cognitivo, probabilidade de cardiopatia e características físicas evidentes como flacidez muscular, dedos curtos e baixa estatura são efeitos cada vez mais claros da Síndrome em Fabrício, um fato que provoca revolta em Roberto, que não consegue aceitar a paternidade, o que se torna pesado e amargo pra ele. Uma história que nos deixa fissurados a cada página, já que mostra o crescimento de Fabrício e as mudanças que isto causa na relação do menino com Roberto.
Percebemos o quanto é necessário e possível lidar com as dificuldades, o quanto a vida se impõe diante de nós e o quanto temos sorte de, às vezes, reconhecermos em algo, inicialmente, negativo e revoltante, nosso bem e presente mais preciosos.
Vale muito a pena, também, assistir a sua adaptação pro cinema: com atuações excelentes de Marcos Veras, como Roberto, Débora Falabella, como Cláudia, e, o fofíssimo, Pedro Vinícius de Matos, como Fabrício. É um filme que dá vida ao drama de um homem e de um pai que redescobre a vida e a paternidade quando decide, simplesmente, encará-las e recebê-las de braços, e ❤️, abertos. Bora lá ler e ver esta beleza!🥰😆😉
Muito legal, o filme também deve ser incrível!