“ viva, viva, viva a sociedade alternativa, viva, viva….”
- Camila Monteiro
- 1 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
A Sociedade da Neve: filme de 2023.
Trabalho em equipe e capacidade de adaptação são marca registrada desta história real.
Ano de 1972. O promissor time Uruguaio de rugby, composto por jovens universitários dedicados e focados no futuro, recebe um convite para jogar no Chile, o que mobiliza o governo do Uruguai a ceder um dos aviões da sua Força Aérea para a viagem. É assim que a equipe técnica, os jogadores e membros de suas respectivas famílias, totalizando 45 passageiros, partem rumo ao seu primeiro jogo em território Internacional.
Entretanto, ao sobrevoarem as Cordilheiras dos Andes, sofrem um grave acidente, caindo entre as montanhas. Resultado: apenas 29 sobreviventes em meio à neve, no meio do nada, lutando contra o frio inimaginável, a fome desesperadora e a vontade de desistir diante das constantes buscas por ajuda sem nenhum sucesso.
Durante as quase 2h30 de filme, percebemos, nitidamente, o quanto as diferenças entre os membros de uma equipe enriquecem o trabalho rumo a um objetivo comum e o quanto somos capazes de nos adaptar em qualquer circunstância da vida, em qualquer lugar, encontrando, em nós mesmos, força e coragem que desconhecemos, mas, que possuímos em grande quantidade. Além disso, ter a consciência de que a história que estamos assistindo realmente aconteceu traz um “orgulho alheio”, faz a gente ter fé nos seres humanos, no nosso poder de Resiliência.
Esta produção espanhola foi indicada ao Oscar 2024 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e está presente no catálogo da Netflix, apresentando um elenco brilhante, com nomes de peso, como Enzo Vogrincic, Matías Recalt, Carlos Paez Rodriguez e Roberto Canessa, sendo este um dos sobreviventes do acidente.
Trago esta história como exemplo de acessibilidade porque, quando ouvimos uns aos outros e respeitamos as diferenças e as trajetórias de vida de cada um, só temos a ganhar. E, quando conseguimos manter a fé, junto com a razão, somos capazes de ampliar nosso campo de visão, enxergando soluções dentro dos próprios problemas, por mais trágicos e inacreditáveis que eles sejam.
E, no caso deste episódio tão triste e, ao mesmo tempo, tão milagroso, indico uma experiência que tive a oportunidade de viver quando fui a Montevidéu, em outubro de 2022, nos exatos mês e ano que esta tragédia completou 50 anos: visitei, com minha mãe e meu namorado, o museu dos Andes, um local dedicado às vítimas e aos sobreviventes deste vôo, e as famílias de todos os passageiros e da tripulação.
Logo na entrada, os super preparados funcionários nos conduzem ao subsolo do museu, onde assistimos a um vídeo, com duração de aproximadamente 15 minutos, o qual explica tudo o que aconteceu antes, durante e depois do voo, com relatos dos sobreviventes e depoimentos com explicações de especialistas. Assim que o vídeo termina, percorremos os dois andares do local, vendo peças do avião, acessórios e pertences dos passageiros e fotos com reportagens dos jogadores antes e depois do acidente.
A visita é áudio guiada, tendo como idiomas o espanhol e o inglês, porém, independentemente do recurso, os funcionários estão sempre à disposição para esclarecimento de dúvidas e exposição de curiosidades a respeito do sobreviventes e de suas famílias. Isto porque, são eles que mantém o museu através do valor que é cobrado pelo ingresso, muito baixo e bem acessível ao bolso, por sinal.
Então, se tu está com viagem marcada pra capital do Uruguai, fica aí a minha dica mais do que especial como uma das atividades imperdíveis da cidade. E, quanto ao filme, não perde a chance de assistir a esta obra preciosa e cheia de lição de vida!😍 #TimeUruguaio, #AcidenteAéreo, #Sobreviventes, #RelatosDramatizados, #MuseudosAndes
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