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“Eu não sei dizer, o que quer dizer, o que vou dizer”...

  • Foto do escritor: Camila Monteiro
    Camila Monteiro
  • 27 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Ah, a audiodescrição! Já falei sobre isto aqui no Blog e tenho um vídeo no Canal que aborda esse serviço em TV’s e cinemas, mas é sempre positivo repetir! Pra quem não sabe, audiodescrição é a narração dos detalhes visuais de uma cena: onde as pessoas estão, se é numa casa, sala, quarto, se é na rua, praça, calçada, qual a expressão das personagens, se é triste, irônica, irada, se eles estão parados, correndo, mexendo no cabelo, no armário ou numa gaveta, enfim, é a forma que assistimos algo sem usar os olhos.

Não preciso nem dizer o quanto esse recurso é fundamental pra quem é DV, porém, ele não pode ser disponibilizado somente nas TV’s e cinemas. E as Galerias de Arte, os Museus, as peças de teatro, os espetáculos de dança, as exposições de fotos? Todos estes espaços e manifestações artísticas são muito visuais e oferecem o mínimo de acessibilidade pra quem não enxerga... Por isso, a audiodescrição precária é o quarto obstáculo que atrapalha demais a minha vida como DV. Poucas coisas são tão desagradáveis quanto ver um filme ou ir a um programa cultural e depender de alguém, seja íntimo ou não, pra descrever o que tá acontecendo na cena ou no palco.

Mesmo que a pessoa tenha a maior das boas vontades, a descrição de algo demanda muita atenção e, por isto, atrapalha quem o faz e quem tá perto, já que esses momentos pedem silêncio. E, ressalto: audiodescrição é direito, logo, deve ser fornecido pelos locais citados, com os devidos equipamentos, para não ocorrer interferências na apreciação do evento de nenhuma parte.

Se virem, meus queridinhos:😱🤯😆: gravem todas as características das obras de arte, fotos ou quadros, o contexto e elenco das peças de teatro, os deslocamentos, cenário e expressões das personagens, as coreografias, os passos, a história por trás do tema, os bailarinos, os figurinos e composições do palco dos espetáculos de dança, enfim, empenhem-se pra proporcionar pro DV a visão do que se apresenta, pois, desta forma, seremos autônomos na área cultural.

Uma outra sugestão é um pouco mais complicada, mas serve como ideia: seria uma maravilha se os museus fizessem réplicas das obras como estátuas, por exemplo, em tamanhos menores, óbviamente, com materiais mais baratos, pra transformar um momento tão visual em algo também tátil. Essas mudanças farão crescer o público apreciador das artes e permitirão que pessoas com deficiência sintam-se contempladas e atendidas.

Outro ponto que precisa ser corrigido, urgentemente, é fornecer a audiodescrição nas TV’s a cabo e apps de TV, como Netflix e Amazon, no nosso idioma. Isto porque não temos esse serviço na Net ou Sky (somente legenda ou dublagem), e, quando vemos algo nos aplicativos, o áudio que acessamos é o original da série ou do filme, o que dificulta nossa vida e nos frustra, já que, ofertar o serviço em outro idioma é o mesmo que não ofertar!🙄🙃😵👿!

Claro que, pra tudo isso acontecer, é preciso o aumento do número de profissionais da área, além de incluir esse treinamento nos cursos de graduação, pós-graduação e técnicos de comunicação, mídias e dublagem. Assim, um maior interesse e uma maior consciência sobre o tema serão despertados, contribuindo pro crescimento da acessibilidade. Então, partiu Mãos à Obra no quesito audiodescrever pra qualificar esta ação tão necessária e sedenta por mais especialistas!😚!


Segue o meu último vídeo que aborda o tema com mais detalhes! E aproveita pra se inscrever no Canal também!😁



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